José
Norton
Sinopse:
Forçada
a exilar-se em 1808, Juliana de Almeida Oeynhausen, a terceira filha da
marquesa de Alorna, parecia condenada às agruras da emigração e à tristeza de
um casamento infeliz. Contudo, dotada de um espírito vivo e inconformista,
conseguiu libertar-se de constrangimentos sociais e familiares, vencer a
adversidade e conquistar a sua independência e felicidade.
As
suas qualidades de mulher ilustrada e cosmopolita, foram conhecidas e
apreciadas por grandes figuras da Europa de então com quem teve a oportunidade
de privar: a rainha Vitória de Inglaterra, o imperador da Alemanha, e os czares
Nicolau i e Alexandre ii da Rússia. A surpreendente e colorida história da sua
vida, que uma investigação profunda e exaustiva permitiu trazer agora a
público, foi esquecida e deturpada nos alvores do século xx e, desde então, a
sua memória tem sido injustamente enxovalhada. Porém, como disse um diplomata
português seu contemporâneo «não se pode fazer mais honra do que ela fez sempre
ao nome português». Deixou abundantes provas disso mesmo em São Petersburgo, na
Rússia, onde viveu os últimos anos da sua vida, como condessa Stroganoff.
Opinião:
Terminei este livro com aquele sentimento estranho de missão não cumprida. Não
sei explicar, talvez a forma sofrida como Juliana viveu toda a sua vida me
tenha marcado. Achei que, apesar do nome que possuía, a Condessa viveu anos de
dificuldades e tristezas e mesmo quando conseguiu alcançar a sua felicidade
merecida, não obteve aquilo que mais desejava, que era voltar ao seu país. Ela
nasceu no seio da prestigiada família Almeida Oeynhausen, era a terceira filha
da Marquesa de Alorna, e talvez devido ao seu espirito vivo e extrema inteligência
não se conseguiu conformar com o que o destino lhe tinha reservado. Mesmo assim
e honrando a sua família, fez tudo o que uma senhora da época poderia fazer,
cumpriu com a vontade de sua mãe e casou com o Conde da Ega, Aires de Saldanha,
sem o amar esperando que Deus lhe desse os tão esperados filhos para que
pudesse atribuir o seu amor a alguém. Mas infelizmente, nem sempre conseguimos
alcançar aquilo que mais desejamos, e a Condessa nunca foi abençoada com a
maternidade. Devido às invasões francesas, esta viveu anos de terror, em que
teve de passar com diversos constrangimentos sociais e familiares, e também acabou
por fugir da casa onde morava por diversas vezes devido a perseguições por
parte do povo. É então que, numa altura em que revê alguém por quem nutria
sentimentos ocultos que decide finalmente lutar pela sua felicidade, não deixando
que as aparências levassem novamente a sua hipótese de ser feliz.
Sempre
fui uma apaixonada pela nossa Historia e por isso foi para mim um grande prazer
ler esta obra. Este é um livro muito bem documentado, que nos revela o estado
do nosso país numa altura tão difícil como a ida da corte para o Brasil e as
Invasões Francesas. Achei incrível como o nosso rei pôde deixar o seu povo
sozinho e ainda com o recado para que “…os franceses fossem recebidos como
amigos (…) e lhes fossem garantidos o aquartelamento e os serviços que
necessitassem.” Mas era uma época diferente, com mentalidades diferentes…
Queria também dar os parabéns ao autor, que conseguiu escrever o livro de uma
forma biográfica e clara, sem recorrer a determinadas suposições que poderiam
advir da leitura das cartas deixadas pela Condessa.
É tão bom vermos reconhecido o fruto do nosso trabalho. Não é só o Ego a inchar. É perceber que esses trabalho teve utilidade para outros.
ResponderEliminarMuito obrigado.