05/04/2012

[Asa]Opinião - "O Nascimento de Vénus", de Sarah Dunant

Sarah Dunant



















Sinopse: Alessandra Cecchi tem quase quinze anos quando o pai, um próspero mercador de tecidos, contrata um jovem pintor para pintar um fresco na capela do palazzo da família. Alessandra é uma filha da Renascença, tem uma mente precoce e um temperamento artístico… e rapidamente fica inebriada pelo génio do pintor.
Muitos anos depois, a irmã Lucrezia morre no convento onde passou grande parte da sua vida. Perplexas, as outras freiras observam a estranha serpente tatuada no seu corpo.
É que, antes de entrar para o convento, a irmã Lucrezia era Alessandra. Jovem, bela e inteligente, ela viveu o esplendor e luxo da Florença renascentista, conviveu com os ricos e poderosos, criou, amou, transgrediu... Como foi ela parar àquele convento? O que significa a tatuagem na sua pele? Quais foram afinal as causas da sua morte?
Romance de amor, mistério e arte, O Nascimento de Vénus dá-nos a conhecer um irreverente elenco de mulheres inesquecíveis, que nos abrem as portas da Florença renascentista, um dos mais formidáveis centros de cultura e arte da história da humanidade.


Opinião: Há algum tempo que sentia alguma curiosidade sobre este livro, a certa altura deixei de contar as vezes que peguei nele na livraria, havia sempre uma razão para não o comprar. Que tola fui! Assim que finalmente tive a chance de o ler acabei por devorar cada página com um apetite louco de conhecimento pelo que ia acontecendo. Ao início, perante algumas descrições dei por mim a saltitar entre essas páginas, mas de repente comecei a aperceber-me de tudo aquilo que perdia por o fazer, todo o conhecimento acerca do período renascentista de uma das mais esplendorosas cidades italianas está tão bem retratado que acaba por ser um terrível crime deixar para trás esses conteúdos. No inicio da historia deparamos com a morte de uma misteriosa freira, a irmã Lucrezia e consequentemente com a descoberta da tatuagem que tinha no seu corpo de uma serpente. É assim que a vontade por saber mais começa…quem era a irmã Lucrezia? O que lhe tinha acontecido? Porque estava a viver naquele convento? Todas essas perguntas serão respondidas ao longo das páginas seguintes, iremos conhecer Alessandra Cecchi, uma menina de quinze anos, apaixonada pela arte, mas “presa” numa época em que as mulheres eram mantidas em casa e controladas pelos seus pais ou maridos. Mas para Alessandra foi diferente, toda a sua vida é retratada de uma forma livre devido a vários acontecimentos que vão marcando a sua personalidade. Podemos ver o crescimento desta personagem de menina de quinze anos, doce, inocente e teimosa, para a mulher que teve de crescer depressa para fazer face aos problemas que vivia na sua própria casa. Este livro mostra-nos também os vícios praticados em pleno séc. XV e a forma como a igreja determinava as leis pelas quais a sociedade se regia. Apesar da parte ficcional da obra, podemos aprender bastante acerca deste mesmo período, em como a arte era importante para muitas pessoas e como marcava as suas vidas. Tudo era vivido de forma efémera, mas intensa. Podemos ver a miséria pela qual a maioria das pessoas passava e também o fausto no qual muitos também viviam. Era uma sociedade marcada de aparências, com muitos segredos mantidos entre quatro paredes.
Este livro faz parte de uma trilogia sobre o período Renascentista, este é o segundo volume. Confesso que não li o primeiro, “Corações Sagrados”, mas fiquei curiosa acerca da história que tem para nos contar, sobre o terceiro e ultimo volume espero que também seja publicado em breve.

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