Titulo:
O Barão
Autor:
Sveva Casati Modignani
Bruno Brian di Monreale, o Barão, como é conhecido, é o último descendente de
uma antiga e nobre família siciliana. Bruno cresce na Califórnia, com um pai
severo e distante e uma mãe dividida entre um casamento precipitado, onde não
existe amor, e uma paixão deixada na sua Sicília longínqua. No entanto, são as
raízes sicilianas que levam Bruno a regressar à sua ilha natal, ao seu avô, um
velho aristocrata e a Calò, o padrinho sempre presente. Serão estas duas
figuras que lhe irão transmitir o saber ancestral das velhas famílias e da sua
ética e código de justiça.
Bruno
di Monreale envolve-se nos negócios do petróleo e das grandes multinacionais,
tornando-se num homem poderoso e fascinante. Os amores inconsequentes e os
casos fortuitos sucedem-se na sua vida glamorosa mas dominada pela
insatisfação, até que se cruza com Karin, uma mulher reservada e misteriosa.
Karin revelar-se-á o desafio por que Bruno ansiava e vai trazer-lhe o
equilíbrio há tanto desejado.
Em O
Barão, um dos primeiros romances da autora, Sveva Casati Modignani revela-nos
os meandros de uma sociedade disposta a tudo para manter os seus privilégios,
criando um mosaico de personagens vibrantes
Sveva Casati Modignani, um nome que representa algo para mim. Foi com este nome
que aprendi imensas coisas, foi acompanhada deste nome que cresci e me fiz
mulher. Lembro-me do primeiro livro que li, “A Viela da Duquesa”. Trabalhava na
Junta de Freguesia, ao lado da biblioteca e uma amiga, que trabalhava lá
segredou-me ao ouvido “Tenho algo de muito especial para te mostrar!”. Na
altura não tinha qualquer ideia do que seria, nem o ponto de viragem que iria
acontecer na minha vida por causa de um simples livro. E esse…esse foi apenas o
primeiro de muitos! Cada livro que saía no mercado, tinha de ser lido. Cada
palavra escrita tinha de ser interiorizada. Ainda hoje, tantos livros pois,
ainda sigo o seu trabalho com a mesma atenção, com a mesma reverência de
antigamente. A autora tem um estilo muito próprio, uma fórmula que se vai
mantendo ao longo do tempo, mas que mesmo assim não se parece esgotar. Recorrendo
à analepse, Sveva vai contado as suas histórias de maneira a que o leitor
consiga compreender tanto o presente, como o passado. Confesso que essa particularidade
é um dos factores que me mantem cativa destes livros. É verdade que muitas
vezes o presente acaba por não ter tanta importância na história e tudo se
passa depressa demais, mas é no passado que a autora deixa a sua mensagem. É do
passado que podemos retirar uma lição de vida. Os livros de Sveva Casati
Modignani contêm sempre uma ilação, algo que nos faz parar para pensar.
Este
livro não foi excepção. “O Barão”, o seu segundo livro originalmente publicado
em 1982, mostrou uma escrita envolvente, com muito romance e acção. Apesar de
se apresentar semelhante aos demais, este livro pareceu-me possuir uma força um
pouco diferente. Não consigo explicar, penso que só quem lê o livro consegue
compreender ao que me refiro. É uma história de amores proibidos, segredos
familiares e vinganças pessoais. Um livro que ficará na minha memória durante
muito tempo. Gostei muito da relação entre Bruno e Caló, que acabou por tirar
um pouco a importância do par romântico da história. Estes dois homens, que a
vida quis que vivessem juntos mas sem poder contar os verdadeiros laços que os
unia, formam uma união que nem o tempo consegue separar. Ambos possuem um
carácter muito forte e lutam por aquilo em que acreditam, não deixando que
nada, nem ninguém, magoem aqueles que amam. Possuem força e determinação para
conseguir atingir os seus objectivos e quando desafiados, tornam-se letais. Não
quero contar muito da história, apenas demonstrar o quanto me deixou arrebatada.
Desde que chegou às minhas mãos, não consegui parar de ler. É um livro
viciante, sem qualquer parte monótona e que a cada página nos faz imaginar
aquilo que virá a seguir. Claro que no final acabei por ficar um pouco
desgostosa, pois queria saber mais. O romance entre Bruno e Karin acabou por
ser deixado um pouco em aberto, algo que não tem de ser apontado necessariamente
como negativo. De qualquer forma, é um romance a não perder!
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