Título:
Arroz de Palma
Autor:
Francisco Azevedo
Págs.:
304
Capa:
mole
PVP:
15,50 €
Dramaturgo
e ex-diplomata é a grande revelação das letras brasileiras com romance ligado a
Portugal
Arroz
de Palma é um livro que, no Brasil, se tornou num «sucesso de vendas sem nenhum
marketing». A partilha espontânea do primeiro capítulo na Internet, com a
receita de uma das personagens, o velho cozinheiro António, para aquilo que
deve ser uma família, criou um fenómeno. E, com isso, depois de um percurso
rico como diplomata e mais tarde como dramaturgo (mais de 250 trabalhos
escritos), Francisco Azevedo revelava-se como romancista. Arroz de Palma chega
às livrarias portuguesas a 25 de outubro e o autor vem a Portugal para a apresentação.
À prosa lírica e nostálgica de Francisco Azevedo a crítica associou nomes grandes
como os de Machado de Assis, Manuel Bandeira e Carlos Drummond de Andrade. A
ação de Arroz de Palma passa-se entre o Brasil e Viana do Castelo, cidade em
que o autor tem as suas raízes. Por isso, o lançamento da obra vai ser feito em
família, na Biblioteca Municipal de Viana de Castelo, a 25 de outubro (às
21:00, com apresentação de Luís Miguel Rocha, escritor da terra). Os direitos
de publicação de Arroz de Palma estão vendidos também para França, Espanha,
Catalunha, Alemanha, Noruega, Holanda, Suécia, Sérvia, Itália e Estados Unidos
e a obra tem vindo a ser apresentada pelo autor em digressão europeia.
Ex-diplomata, poeta, dramaturgo e guionista, Francisco Azevedo publicou
recentemente um segundo romance, sobre Gabriel García Márquez, intitulado Doce
Gabito.
A
imigração portuguesa no Brasil, no séc. XX, retratada num romance sobre a saga
de uma família em busca de um futuro melhor. Ao longo de cem anos acompanhamos
as alegrias e tristezas, as discussões e as pazes, as separações e os que são
felizes para sempre. Aproveite ao máximo. Família é um prato que, quando se
acaba, nunca mais se repete.
Dramaturgo,
guionista cinematográfico, poeta e ex-diplomata, Francisco José Alonso Vellozo
Azevedo nasceu no Rio de Janeiro em 1951. Começou a dedicar-se à literatura em
1967, quando venceu o concurso promovido pela Organização dos Estados
Americanos (OEA). Além de livros e peças de teatro, Francisco Azevedo já
escreveu para mais de 250 produções, incluindo roteiros de longa e curta-metragem,
documentários premiados e anúncios para TV. franciscoazevedo.com
Lembra
muito Machado de Assis, mas em registo menos amargo. Um romance com nostalgia
machadiana, mas cheio de imagens coloridas.
Jornal
do Brasil
O
primeiro capítulo é um diapasão, com trechos que passariam facilmente naquelas
mensagens de e-mail sob falsa autoria de Bandeira ou Drummond, por conta do
lirismo acessível que trata das subtilezas do quotidiano.
O
Globo
EXCERTO
Cada
casa gosta de preparar a família a seu jeito. Há famílias doces. Outras, meio
amargas. Outras apimentadíssimas. Há também as que não têm gosto de nada, seria
assim um tipo de Família Dieta, que você suporta só para manter a linha. Seja
como for, família é prato que deve ser servido sempre quente, quentíssimo. Uma
família fria é insuportável, impossível de se engolir.
(…)
Velho
sente saudade de mãe e de pai. Tudo faz tanto tempo! Velho quer colo, quer
colher na boca vindo de longe com motor de aviãozinho, quer — banho tomado —
que o ponham na cama, o aconcheguem com lençol limpo e travesseiro macio. Uma
história conhecida, uma cantiga de ninar, um beijo de boa-noite. A porta do
quarto um pouquinho aberta, com a luz do corredor acesa — o ponto de referência
é sempre bom. Velho sente falta de instância superior. Quem o julgará com
isenção e sabedoria? Quem, melhor que ele, saberá, imparcial, examinar o mérito
da questão? Velho é criança de fôlego diferente. Já não lhe interessam as
correrias nos jardins, o sobe e desce das gangorras, o vaivém dos balanços. É
tudo muito pouco. O que ele quer agora é desembestar no céu, soltar os bichos que
colecionou a vida inteira.
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