09/01/2013

[Entrevista]Á conversa com...Marissa Meyer


Um novo ano começou e com ele veio também a primeira entrevista do ano. Muitos de vós conhece Marissa Meyer através do seu livro publicado à poucos meses pela Planeta, “Cinder” chegou a Portugal e já deixou os seus leitores apaixonados. Algo que talvez vos surpreenda é que Marissa é também autora de algumas fanfics que se encontram no site fanfiction.net usando o pseudónimo Alicia Blade. Eu própria não conhecia este facto, descobri isto quando comecei a pesquisar acerca da autora para a realização desta entrevista.
Quero agradecer à autora pela sua disponibilidade e simpatia na realização desta entrevista. Espero sinceramente que gostem e que deixem os vossos comentários.

Marissa Meyer vive em Tacoma, Washington, na companhia do marido e de dois gatos. É fã de coisas bizarras, como Sailor Moon ou Firefly e organiza a biblioteca por cores. Desde criança que é apaixonada por contos de fadas, um mundo que não tenciona abandonar. Pode ser que seja cyborg, ou talvez não. Cinder é o seu primeiro romance


1. – A maioria dos leitores conhece a Marissa como sendo a autora da série «The Lunar Chronicles», mas o que nos pode contar acerca de si e do seu dia-a-dia?
R: Escrever preenche a minha vida há tanto tempo que se torna difícil dividir a autora da pessoa. Claro que a maioria dos meus dias são passados a escrever, a ler ou a fazer coisas que ajudem na promoção dos meus livros, como por exemplo participar em eventos, blogging, ou responder a entrevistas como esta. J Tento equilibrar tudo isso com outras coisas que me fazem feliz e me deixam relaxada, como passar algum tempo com os meus amigos e família, cozinhar, ver filmes com o meu marido, massagens e pedicures, etc.


2 – Como e quando descobriu o seu gosto pela escrita? 
R: Sempre adorei ler e quando era pequena, tinha uma imaginação muito fértil. Assim que me apercebi que os livros que tanto adorava eram escritos por pessoas reais que até eram pagos para o fazer, soube que era isso que queria fazer com a minha vida. Imaginava os autores como pessoas misteriosas que usavam o pijama durante todo o dia e que escreviam em quartos aconchegantes e cheios de livros – isto quando não tinham editores e publicistas que os levavam a jantar, claro. Naturalmente, a fantasia tornou-se quase realidade (costumo trabalhar em pijama).


3 – Foi difícil escrever o seu primeiro livro?
R: Houve partes difíceis e partes fáceis. Quando a escrita está a correr bem tudo é muito divertido e adorei Cinder e a sua história desde que esta apareceu na minha cabeça. Mas saber que é o primeiro livro de uma série acabou por ser um desafio ao desenvolver um mundo e personagens necessárias para preencher toda a série e, ao mesmo tempo, ter a certeza de que estava a preparar a fundação para os próximos livros e ainda mantinha a história de Cinder divertida e excitante. Acabei por trabalhar o enredo várias vezes até estar funcional.


4 – Alguma vez sonhou em publicar os seus livros?
R: Todos os dias da minha vida


5 – Como se sentiu quando se tornou autora de um bestseller?
R: Maravilhada. Ainda nem consigo acreditar! Sinto-me incrivelmente sortuda por ter uma editor disponível para promover estes livros e leitores que se apaixonaram tanto como eu pela história de Cinder.


6 – Como faz a pesquisa para os seus livros?
R: Eu diria que 70% da minha pesquisa é feita a partir da internet. Costumo passar muito tempo há procura de factos diversos para inserir na história ( como os tipos de plantas que costumam nascer em certo país e em determinada altura do ano) ou então a procurar fotos para usar como inspiração ou para descrições. Mas também leio vários livros sobre estrutura e cenários, sobre contos de fadas, cyborgs, naves espaciais e a lua, tudo o que me ajude a ter uma maior compreensão acerca do mundo que estou a tentar criar.


7 – Tenho de confessar que, ao mesmo tempo que lia Cinder, ia revendo várias das suas personagens como figuras do anime Sailor Moon. Cinder como a Princesa Serenidade, Kai como o Príncipe Endymion e a Rainha Levana como a Rainha Nehelenia. Quando, no fim, vi mencionado o nome do anime, apercebi-me de que não estava de todo errada. Foi complicado transportar as personagens de Sailor Moon para este novo mundo? Era esta a sua ideia desde o início?
R: Ah! Tenho de admitir que estou muito satisfeita com esta questão. Sem dúvida que a minha antiga relação com a Sailor Moon me influenciou em algumas partes da criação do mundo de Cinder, como é o caso da Princesa da Lua que se encontra perdida, mas nunca pensei nela como uma extensão da Sailor Moon ou sequer tentei recriar essas personagens. Vejo-os como sendo inteiramente diferentes. Mas se Cinder fosse baseada numa das navegantes, penso que teria mais em comum com a Navegante de Júpiter do que com a Navegante da Lua.


8 – Uma das minhas personagens favoritas foi Iko, achei-a tão engraçada. Será que a iremos voltar a ver nos próximos livros?
R: Obrigada, eu também adoro a Iko. Não quero contar muito, mas sim, ela irá voltar nos próximos livros.


9 – Li algumas das suas fanfics de Sailor Moon, as minhas favoritas são “Royal Flush”, “Catch me if I fall” e “April Fools”. Continua a escrever fanfics da Sailormoon para o site fanfiction.net?
R: Uou, essas são escolhas muito antigas. Normalmente, as minhas fanfics mais recentes como “The House on Thornrose Lane” são consideradas grandes favoritas. :D Embora adore que os meus leitores continuem a gostar das minhas histórias e continue a planear deixá-las no site ff.net para novos leitores as descobrirem, não creio que vá escrever novas fanfics no futuro. Estou a divertir-me imenso com o meu próprio mundo e as minhas próprias personagens. E também é muito bom ser-se pago por isso.


10 – Tem alguma mensagem especial para os seus leitores portugueses?
R: Apenas quero dizer que estou muito entusiasmada por Cinder estar disponível no vosso pais, e espero, sinceramente, que continuem a gostar da série ao mesmo tempo que esta se vai desenvolvendo.


11 – Tem algum conselho para aqueles que querem seguir a carreira de autores?
R: Escrevam a história que querem escrever e não a história que pensam que irá vender ou tornar-vos famosos. Leiam livros especializados. Sejam pacientes. Sonhem acordados o tempo todo. E nunca se esqueçam que estão a escrever porque o adoram fazer. 

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